No dia a dia encontramos situações e comportamentos estranhos que nos levam a questionar: “Mas porque é que isto acontece? Porque é que fazem isto”? Podemos ter respostas óbvias ou muito rebuscadas e, provavelmente, nunca ficaremos a conhecer a verdadeira causa. Às vezes, se calhar é melhor nem vir a conhecê-la para não apanhar uma surpresa ou uma grande desilusão …
Hoje é frequente ver mulheres de saia curtíssima (eu confesso ser fã), quer estejam a andar ou sentadas, com uma atitude um tanto bizarra: puxam e voltam a puxar a saia para baixo com uma mão de cada lado, enquanto fazem gingar o corpo para ver se a “coisa” corre melhor, insistentemente, querendo conseguir o impossível: que a saia tape “o que está à vista a mais”. Será que a proprietária daquelas pernas saiu de casa com elas muitíssimo bem tapadas, eventualmente um pouco abaixo do joelho, e a saia encolheu repentinamente, reduzindo o seu comprimento a menos de metade? E ela, coitada, tenta levar a efeito uma “missão impossível” e puxa vezes sem conta, numa tentativa falhada para repor o tamanho original? É ou não é uma luta inglória em que a saia vai sair sempre a ganhar? Ou só descobriu que a saia era curta demais quando já estava na rua e ilude-se, sabendo que lhe vai acontecer o mesmo que ao lençol curto: se o puxar para cima querendo tapar a cabeça, destapam-se os pés e se fizer o contrário é a cabeça que fica descoberta! Se repararmos bem – e tenho a certeza que os homens, se estão sozinhos, fazem questão de reparar muito atentamente, ou fazem-no “à socapa” se tiverem “polícia à perna” e se “a coisa” é digna de ser mirada. Mas há ocasiões em que a dona da saia não deve ter noção que a saia curta afasta os mirones que tenta atrair. Estou convicto que, na maioria dos casos, aquela insistência em puxar a saia para baixo mais não é que “a campainha à frente do compasso para avisar os crentes da sua chegada”, aqui para atrair ainda mais a atenção do sexo oposto e satisfazer a necessidade de ser admirada a partir de baixo …
A primeira vez que vi uma mulher de óculos escuros com eles bem puxados para cima da cabeça, foi há muitos anos, numa viagem de regresso a casa vindo de Lisboa. Apesar do sol intenso, fiquei muito admirado porque, durante toda a viagem, nunca ela os colocou no nariz, o local adequado a tal acessório, pensava eu. Mas ela manteve-os virados para o céu, mais a fazer de bandolete do que como ajuda para os olhos em dia de sol. E dei comigo a pensar: “Será que tem miopia cerebral”? Ou “esqueceu-se de que tem os óculos na cabeça”? A verdade é que virou moda e hoje é frequente tal situação, o que não me inibe de continuar a fazer a mim próprio as mesmas perguntas de então e mais ainda: “Será que com os óculos nessa posição o cérebro consegue “ver estrelas no céu” num dia de sol intenso”?
Mas, para não ser acusado de machista ao pensarem que estou a implicar só com as mulheres, não deixo de perguntar: “Porque será que grande parte dos homens quando mete as mãos nos bolsos das calças, ao fim de poucos instantes e, mais ou menos disfarçadamente, mais ou menos conscientemente, empurra as mãos para o fundo dos bolsos e para o meio das pernas, pondo-se a coçar os testículos como quem tivesse sarna nessa zona crítica da anatomia masculina? Será que apanharam uma “camada de chatos” numa casa de banho pública ou numa qualquer “casa de meninas” onde a higiene sanitária não é uma questão de princípio? Ou também eles não têm outra intenção que não seja de chamar a atenção das mulheres para a importância, a qualidade, tamanho e valor das suas “joias de família”, algo de que “um homem que é homem” faz questão de se orgulhar? É verdade que alguns são “useiros e vezeiros” nesta prática que nunca passa despercebida a qualquer mulher – em regra, consideram que é uma coisa de muito mau gosto e que não fica bem a nenhum homem, até àqueles que têm “artigo” mais do que suficiente para atrair “o outro lado” – e há ocasiões que alimentam uma longa conversa sem deixar de “dar brilho às joias” tal é o polimento constante e continuado que lhes vão fazendo enquanto falam. Em abono da verdade, devo dizer que esses homens têm sempre um certo cuidado ao lidar com as tais “joias”, pois fazem questão de fazer do bolso como que uma luva que “calçam” antes de lhes tocar, a não ser nos casos em que os bolsos estejam rotos e por esses eu já não respondo. De qualquer forma, sempre são mais “higiénicos” do que o ex-selecionador da Alemanha, Joachim Low, que não se coibia de enfiar a mão por dentro das calças à frente de milhões de espectadores, coçar as “ditas”, para de seguida levar os dedos “perfumados” ao nariz. Talvez a inspiração para levar os jogadores alemães a ganhar o campeonato do mundo em 2014, no Brasil, tenha vindo desse “estímulo”. Quem sabe … Por isso, fica no ar a pergunta: “Porque é que os homens, quando enfiam as mãos nos bolsos das calças, tendem a coçar os “pendentes”?
“Mas, porque é que …” é uma pergunta que podemos fazer todos os dias sobre as razões de muitos dos nossos comportamentos, umas vezes lógicos, outras vezes sem lógica nenhuma, umas vezes sérios, outras vezes salpicados do humor que devia condimentar todos os dias das nossas vidas. E há tantas perguntas contra a corrente que me apetece fazer …