Monthly Archives: April 2013

O Pauseiro

Após a Segunda Guerra Mundial, num meio rural como era o de Lousada, os socos e as chancas eram o calçado habitual, sobretudo entre as gentes do campo, à alternativa que era andar descalço.

Era nos Eidos Novos que o meu avô tinha uma indústria artesanal para os produzir e na qual o pauseiro era parte importante. Perto de minha casa, em Macieira, morava e trabalhava o Avelino, pauseiro de profissão, um dos que produzia os “paus”, isto é, as peças (solas) de madeira necessárias ao fabrico dos socos e outros congéneres. Sentava-se num “banco”, uma espécie de tripé com uma tábua relativamente baixa a servir de assento, tendo na parte da frente um apoio firme e próprio para trabalhar a madeira.

Os toros de amieiro eram cortados em rolos e estes partidos em quatro e rebouçados. E era a partir destes “cavacos” que ele, sentado no seu “banco” e de enxó em punho, ia tirando lascas e dando o formato à palmilha onde assentaria o pé, socorrendo-se para isso de um molde. Com o formão fazia o entalhe para a fixação do couro à volta da peça de madeira e a folha de lixa eliminava as pequenas irregularidades que a enxó deixava, por forma a que a superfície da madeira ficasse lisa e com acabamento regular. Quando uma remessa estava pronta ia entrega-la aos Eidos Novos e na volta, trazia a paga do seu trabalho e outros tantos bocados de amieiro para continuar a trabalhar.

Passei muitas horas junto ao seu “banco”, com outros amigos mais velhos do que eu, não só a vê-lo trabalhar num ritmo cadenciado, tipo piloto automático, como a conversar ou a congeminar ação, desde o “cantar as janeiras” ou “cantar os reis” até às malandragens mais diversas.

Foi ali que o meu irmão António tirou uma fotografia ao grupo usando como “máquina fotográfica” uma simples lata de litro de óleo, limpa e pintada a preto. No centro de um dos topos fez um orifício redondo que tapava ou descobria com um bocado de cartolina colado de um lado, na prática um obturador arcaico. Depois, enfiado entre os cobertores da cama (a câmara escura mais à mão) colocou uma película virgem no fundo da lata, com a tampa e o orifício tapado. Reuniu o grupo, apontou-nos a “máquina fotográfica” e “disparou”, subindo e descendo a cartolina. Apesar da imagem ter ficado tremida, ainda guardo essa fotografia.

No tempo das cerejas íamos às Cepas, “acampávamos” em cima das cerejeiras (onde sabiam melhor) até encher a barriga, escondidos entre as folhas para não sermos vistos pelo dono. Não sei como, numa dessas investidas o Avelino caiu do alto da cerejeira, batendo de ramo em ramo até se estatelar no chão, todo amassado.

Jogávamos à bola no caminho de Recemonde e, apesar deles jogarem descalços e eu calçar umas botas grossas com sola de pneu feitas à mão pelo senhor Pereira da Coutada, era eu quem apanhava mais caneladas.

O Miro “Latas”, latoeiro de profissão, trabalhava na casa ao lado e andava sempre a pensar em malandragem. Um dia apareceu com uma cana comprida, furada por dentro. Só descobrimos para que servia tal apetrecho quando, já de noite, nos levou para o monte por detrás da adega da Quinta de Talhos e enfiou a cana através dum postigo, mergulhando-a no lagar que estava cheio. E, à vez, chupamos golfada atrás de golfada, até apanharmos uma “barrigada” de vinho doce…

Nas “visitas” aos meloais eu não ia por ser novo demais. Para os guardar, os donos colocavam uma barraca de madeira com quatro pegas, tipo padiola, onde o guarda ficava à noite. Numa ocasião, enquanto o guarda dormia, conseguiram rodar a barraca colocando a saída virada para uma “presa” de água. A seguir fizeram barulho e esconderam-se. Imagine-se o rapaz a saltar da barraca, cair diretamente na água e ficar como um pintainho, e ir a casa contar ao dono. Claro que era esse o objetivo… No meloal do Souto, com ratoeira a fogo e vigiado por um “criado” armado de caçadeira, a tática foi diferente: À noite, sorrateiramente, colocaram um molho de palha de milho no meio do meloal, amarrado com uma corda para puxarem de longe. Esconderam-se e fizeram ruído suficiente para acordar o desgraçado que, ao sair de arma em punho, com mais medo que coragem, berrou: “Quem anda aí?”. Ninguém lhe respondeu mas foram levantando e baixando o molho que, no escuro da noite, dava a sensação de ser alguém a escolher melões. Apontando a arma ao “ladrão”, perguntou várias vezes “quem está aí?” mas, não tendo resposta, puxou o gatilho e o “ladrão” caiu. E o guarda saiu a correr em direção à casa do Souto a gritar “ai que matei um homem, ai que matei um homem”… Com trabalho diário e “malandragem” ocasional, o Avelino viu morrer a profissão após a chegada da indústria de calçado, acabando por arrumar o “banco de pauseiro” e procurar outro ganha pão.

Assim acabou uma etapa desta minha viagem e não posso deixar de recordar e agradecer ao Avelino, que já partiu para a Terra onde não são precisos socos nem pauseiros, o companheirismo, a amizade e os ensinamentos que me deu, “calçado” necessário para me ajudar a vencer o “piso acidentado” do meu caminho.

“Chico-esperto” ou “Tanso”?

Li algures que uma mãe se interrogava se devia ensinar o seu filho a ser “Chico-esperto” ou, pelo contrário, se o devia instruir para que fosse “Tanso”. Eis uma boa questão.

O “Chico-esperto” é uma figura típica da nossa sociedade (e não só), que pode não ser inteligente, mas é esperto ou, mais que isso, é “chico-esperto”. É o indivíduo que procura tirar vantagem ou benefício, mesmo que para isso tenha de prejudicar alguém. Está convencido que é muito inteligente ao fazer determinado tipo de coisas, porque os outros são suficientemente “burros” para o não fazerem, não se apercebendo sequer que os outros o não fazem, não porque o não saibam fazer mas porque consideram que é errado.

Sobrevaloriza a sua esperteza e subestima a inteligência dos outros embora muitas vezes tenha a noção de que aquilo que faz é incorreto mas, como pensa com o umbigo, acha que o mundo é das pessoas como ele.

Há dias estava numa longa fila de uma repartição pública, a apanhar uma grande “seca”, quando entrou um personagem bem vestido que se dirigiu a uma senhora bem lá para a frente da fila. Meteu conversa “fiada” e ficou ali colado, acompanhando a senhora à medida que a fila avançava, talvez pensando que ninguém o via a penetrar, até ela ser atendida, posicionando-se de imediato para ser o seguinte, enquanto todos aqueles “tansos” continuavam à espera. Quando ia ocupar a cadeira para ser atendido um “não tanso”, com educação e firmeza, recambiou-o para o seu lugar no final da fila.

Existe muito “chico-esperto” espalhado pelos diversos sectores da sociedade e por todas as classes sociais. O mais vulgar é aquele que encontramos nas filas de trânsito, embora qualquer fila seja local próprio para eles se revelarem. Não gosta de esperar, tem uma espécie de fobia obsessiva de passar à frente dos outros de qualquer maneira, aproveitando uma distração de quem vai à frente, um pequeno intervalo entre duas viaturas mais adiante, a faixa da direita reservada a emergências, até aparecer um “tanso” armado em bom samaritano que o deixa entrar na fila.

Há dias fui ao Porto e na entrada da cidade o trânsito estava complicado, em filas compactas. Já perto da minha saída um “chico-esperto” meteu-se pela direita mas quando chegou perto de mim, “distraidamente” encostei-me também para a direita mantendo-me na fila mas não dando espaço para ele passar.

Não sou “chico-esperto” mas também não gosto de ser “tanso”. Para resolver este problema já alguém sugeriu que deviam existir filas próprias para os “tansos”, onde podem vingar os “chico-espertos”, e outras para os “não tansos”, onde todos se respeitam e não deixam vingar os ditos cujos.

Mas para além do trânsito eles aparecem em todo o tipo de filas, sejam públicas ou privadas e onde só o regime das senhas veio dar um golpe nos seus golpes. Nisto de filas, veja-se o caso do ex-ministro Vara que parece que não aprendeu nada nos corredores do poder (ou se calhar aprendeu demais…), quando no seu Centro de Saúde ultrapassou todos os utentes dirigindo-se diretamente ao médico para lhe passar um atestado. Já nada nos deve surpreender nestes “penetras” profissionais que subiram vertiginosamente as escadas do poder à custa de uma inteligência saloia que inunda o mundo dos políticos.

Portugal é um país de “chico-espertos”, com cultura alpinista barata, onde alcançar metas ou subir degraus, profissionais ou políticos, é mais obra de expedientes e atalhos ilegais do que de aprendizagem, de trabalho e esforço. Parece que o seu prazer é esse mesmo, o gozo de conseguir enganar os outros, fazer deles parvos e que não conseguem desenrascar-se, seja na fila, na carreira e até na fuga às responsabilidades, no desrespeito pelas regras e normas sociais.

E tudo isto para relatar uma cena deliciosa num balcão de um aeroporto no Brasil, uma lição de como lidar com um “chico-esperto”: A assistente do balcão estava a atender os clientes de uma grande fila quando um suposto cavalheiro, engravatado e com pasta de executivo, passou ao lado dessa fila, dirigindo-se-lhe diretamente para ser atendido. Com delicadeza e educação ela diz-lhe: “Desculpe, mas tem de ir para a fila”. “Sabe quem eu sou? A senhora sabe quem eu sou?” questiona-a ele com arrogância e alguma agressividade. Com tranquilidade, a assistente liga a aparelhagem de som e fala para o microfone: “Atenção por favor, encontra-se neste balcão um cavalheiro que não sabe quem é. Se alguém o conhecer, agradecemos o favor de o vir identificar ao balcão 34”. Ao ouvir isto o suposto cavalheiro corou de raiva e diz-lhe: “Espera minha p… … que eu vou-te f… …” Com a mesma tranquilidade a assistente responde-lhe: “Por favor, para isso também tem de ir para a fila, porque há muita gente à sua frente”.

É por isso que aconselharia aquela mãe a ensinar o filho a ser um “NÂO TANSO”.

Carta para a minha mãe

Sempre quis escrever-lhe esta carta para lhe transmitir o orgulho e o privilégio de ser seu filho, de me ter recebido e aceitado como uma bênção de Deus, e assim me considerar ao longo de todos estes anos. E faço-o hoje porque estarei muito longe para lhe poder dar um abraço no domingo, dia em que completa noventa anos. Se conseguir com estas palavras provocar uma emoção nesse rosto enrugado, e vê-la refletida nos seus olhos azuis que nos unem e identificam, isso só me basta como recompensa, como benesse do Senhor.

Quero começar por dizer que sou feliz por ter uma mãe querida, que me cobriu de bênçãos em tempos tão difíceis como foram esses do pós guerra, fazendo-me sentir muito amado. Sei que lhe dei muito trabalho por ser irrequieto e vivo, mas pequeno, indefeso, fraco e dependente como o comum dos homens. Embalou-me ao colo e alimentou-me de seu seio, implantando no meu coração desde criança o amor pela natureza, ao fazer-me livre mas responsável. Abraçou-me quando tinha medo do escuro e acordou tantas vezes durante a noite para vigiar meu sono. Foi benevolente sempre que arranquei os botões da roupa para jogar ao “pica” ou lhe pedia uma meia para fazer uma bola de trapos.

Seu coração sabia compreender os meus medos e dilemas de criança, guiando-me no caminho certo com amor, com carinho e em segurança, que me deram asas para voar. Ensinou-me o valor da caridade e da solidariedade pela sua prática, do respeito pelos pais, pelos mais velhos, pelas autoridades e pelos mais fracos.

Mostrou-me a importância da palavra, da honra e do bom nome como valores fundamentais e bens preciosos da nossa vida. E ensinou-me a rezar, a ter fé, a amar Jesus e crer em Deus, um Deus de bondade e amor, dando-me o exemplo. Não julgou meus atos nem meus erros, porque sabe que sou falível, fraco e imperfeito como ser humano que sou.

Foi o meu Anjo da Guarda que me deu o mundo e soube libertar-me a esse mundo para seguir meu caminho, constituir família. Deu-me ânimo sempre que falhei ou quis desistir, mais em gestos que diziam muito do que em palavras que não dizem nada. Seus olhos foram firmes quando precisei de uma lição, como quando me colocou de castigo na varanda por ter faltado à escola. Sacrificou-se por nós seus filhos e pôs-nos sempre em primeiro lugar, mesmo à mesa.

Tive a felicidade de ter uma mãe que não tinha de me acordar ao nascer do dia, para me entregar a outra e delegar-lhe a responsabilidade de ser minha mãe. Tive a felicidade de ter uma mãe sem a preocupação de ter só um filho por não ter tempo, porque tinha todo o tempo do mundo para nós. Tive a felicidade de ter uma mãe que estava sempre presente, me abraçava quando chegava preocupado ou feliz, alegre ou triste, porque estava lá, e que nunca me abandonou. Tive a felicidade de ter uma mãe que não tinha de correr, não tinha horários cheios com horas para tudo mas sem horas para nós. Tive a felicidade de ter uma mãe disponível quando me magoei no joelho, tive pintas como sintoma do sarampo, me agarrei à barriga por ter comido fruta verde ou quando apanhei uma bebedeira com ”troça” na destilação do bagaço na Casa da Estrada.

Construiu o meu caráter, ensinou-me o melhor caminho, dando-me a mão e guiando-me os passos. Apoiou-me sempre nas minhas opções dando-me ânimo, fazendo-me acreditar que era possível. Ensinou-me que a felicidade não é um direito adquirido nesta vida, mas que se conquista com muito trabalho e determinação. E se foram diversas escolas que me deram a instrução, já a educação que tenho devo-a essencialmente a si, minha mãe. Tem a capacidade de ouvir em silêncio quando me sinto perdido no caminho, de adivinhar meus sentimentos e encontrar a palavra certa nos momentos de incerteza, e de me acolher quando o mundo parece estar voltado de costas para mim.

É um mistério, uma caixinha de surpresas que mesmo com o passar do tempo esconde um saber que a ciência nunca chegará a conhecer. Conheço todos os seus traços físicos mas não sou capaz de saber a imensidão do seu coração. E conheço-lhe as lágrimas de alegria pelo nascimento dos netos que tanto desejou, mas também as lágrimas de sofrimento pela perda prematura do marido e de dois filhos que amava muito.

Sofreu em silêncio, sacrificou-se por todos nós e foi o centro do nosso mundo, à volta da qual tudo girava. Diz-se que Deus não podia estar em todo lado e por isso criou as Mães. Pergunto então: “Meu Deus, porque permites que as Mães tenham de ir embora? Porque será que as queres levar um dia?” É que Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não se apaga. Será que posso pedir um descuido de Deus, que a possa fazer eterna?

Obrigado MÃE e Feliz Aniversário.

O que S. Pedro diz, é para se fazer

Ao longo da minha vida tenho-me cruzado com todo o tipo de pessoas, desde educadas a malcriadas, de humildes a arrogantes, de pobres a ricas, etc., etc., presumindo que isso acontece com toda a gente. Não é possível fazer uma triagem só para lidarmos com as que nos agradam, até porque se não conhecêssemos as outras, não seria possível comparar. Só temos noção do amargo na comparação com o doce, como o bom com o mau ou o alto com o baixo, porque tudo é relativo.

Há uma espécie de pessoas em particular que me faz uma certa “comichão”: Os que se dizem “amigos”, nos batem com a mão nas costas e nos vão usando sistematicamente, dia após dia, sugando-nos, sem retribuírem a amizade.

Um desses “amigos” sempre que me via na rua, fazia-me parar e metia conversa para depois me “consultar” sobre a forma de tratar a macieira que tinha piolho ou como resolver o problema daquela “ferrugem” e “algodão” que as suas laranjeiras tinham, ou outra coisa qualquer. Eu dava-lhe as minhas sugestões com prazer de ajudar um amigo e cada um seguia o seu caminho, até nos encontrarmos novamente e me colocar outras questões, novos problemas. Foram anos assim, nestes encontros/consultas de rua, sem qualquer problema, sem complicação nem retribuição. Um dia, estava numa repartição local a tomar notas sobre a forma como fazer um requerimento e ele, apercebendo-se do que eu queria , tirou-me o papel da mão e disse: “Deixa que eu faço-te isso”. Protestei alegando que era uma coisa simples e que eu mesmo o faria, mas ele insistiu e levou-me o rascunho. Nessa mesma tarde entregou-me o requerimento, uma folha A4 escrita de um lado, dizendo que eu só precisava de assinar e entregar na repartição. Agradeci-lhe, virei as costas para me ir embora mas, para descarga da consciência, voltei atrás e perguntei-lhe: “Quanto te devo?”. Com a prontidão de quem já está preparado, respondeu-me: “Deves-me XXX, mas podes pagar depois”. Fiquei chocado, não só por ele ter “lata” de me cobrar como, pior ainda, apresentar uma conta dez vezes o preço normal do serviço prestado… voluntariamente.

Ao recordar-me deste e de outros “amigos” com quem me cruzei nesta viagem que é a vida, lembrei-me de uma história real: O senhor Bastos era proprietário de uma loja de tecidos em Lousada, no tempo em que não existiam lojas de “pronto a vestir”, e gostava dos vendedores, especialmente de um que tinha muito jeito para contar anedotas. Mal chegava, fazia-o sentar-se num banquinho que a empregada trazia, para “o meu amigo me contar as últimas”. E ele lá contava fazendo-o rir, mas quando se falava de negócios o sr. Bastos respondia-lhe sempre: “Que azar, comprei na semana passada a outro , hoje não preciso de nada”. E isto repetia-se regularmente, sem que ele lhe comprasse um metro de tecido sequer. Um dia, quando o sr. Bastos o mandou sentar, ele disse-lhe: “Hoje não tenho anedotas para contar”. “Não pode ser, pense um pouco porque sabe sempre alguma nova”, respondeu. “Não, não tenho, e a única coisa que lhe podia contar era um sonho, mas é melhor não o fazer, pois é desagradável”. Mas insistiu tanto que ele acabou por contar: “Sonhei que morri e fui para o Céu. À porta estava o S. Pedro que me mandou esperar ali ao lado. Fiquei a ver as pessoas que estavam sempre a chegar e o S. Pedro deixava entrar algumas no Céu mas também mandava outras para o Inferno ou para o Purgatório. Ao fim de algum tempo comecei a ficar aflito, com vontade de fazer as minhas necessidades e fui falar com ele: “Senhor S. Pedro, estou aflito, onde é que me posso aliviar?” E ele indicou-me uns arbustos e que ali atrás havia um buraco onde o poderia fazer. Assim fiz, fui atrás dos arbustos e lá estava o buraco. Desci as calças e quando me ia a aninhar olhei cá para baixo, para a Terra, e que vejo eu? A careca do sr. Bastos, mesmo por debaixo do buraco. “Puxei à pressa as calças acima, fui ter com S. Pedro e disse-lhe para me arranjar outro sítio porque ali não podia ser, pois por debaixo daquele buraco estava um cliente meu. E o S. Pedro perguntou-me: “E ele já te comprou alguma coisa”? “Não, nunca me comprou nada”, respondi prontamente. E com toda a convicção, ele ordenou-me: “ENTÃO C… (FAZ-LHE) EM CIMA.” E não é que a história do sonho deu resultado!!!

Por isso, no caso de serem os nossos ditos “amigos” a estarem por debaixo do buraco, seja ele qual for, devemos seguir o conselho que S. Pedro deu ao vendedor, despejando o “saco” à vontade. Sejam eles carecas ou cabeludos…