Atenção aos erros de comunicação …

É através da comunicação que os homens e os animais, trocam informações entre si, quer seja por gestos, sons, linguagem corporal, verbal ou outros códigos. E as falhas ou erros, tanto na transmissão como na interpretação dessas informações podem ocasionar muitos problemas, pequenos ou grandes, podendo mesmo ficar fora de controle ou até serem irreversíveis. Não deixa de ser verdade que “a culpa costuma morrer solteira” porque os culpados arranjam quase sempre forma de “encontrar um bode expiatório”, embora os erros de comunicação possam acontecer com qualquer um de nós por mero acaso, falta de rigor na comunicação, por se falar muito do que não importa e retardar a informação essencial por receio ou medo. Sem consequências significativas, ainda há poucos dias fiz compras num comércio e, ao pagar, tinha de receber de troco 34,50 euros. Como ainda tinha a carteira aberta, pedi à senhora para me entregar as notas (30,00 €) com a intenção de as arrumar logo, pois as moedas costumo guardá-las no bolso das calças. E ela assim fez. Enquanto as colocava na carteira, ela agradeceu-me e enfiou os 4,50 euros em moedas numa caixa decorada para brindes de Natal. Não tendo sido essa a intensão pois nem reparara na caixa de ofertas, percebi o erro, mas não o desfiz, até porque a culpa fora minha ao não a informar bem da minha intenção e nem o montante em causa era significativo. Mas o não entendimento sobre prescrições e conselhos médicos pode levar a problemas de saúde mais ou menos graves, conforme o caso.

Um dentista procurava orientar os pacientes sobre os cuidados a ter para evitar hemorragia após a extração de dente. Entre outros, havia um conselho que recomendava sempre: “nada de café quente na boca”. Qual não foi a surpresa quando um dos seus pacientes apareceu no dia seguinte à extração com a boca toda inchada. Quando lhe perguntou o que aconteceu, ele respondeu que não sabia pois tinha feito tudo direitinho como o doutor mandara: “tomei café quente e fui nadar” …

A falta de clareza, com rodeios, não objetiva e não indo ao centro da questão, pode acontecer porque há pessoas a acharem que os outros têm de entender e adivinhar o que elas pensam, dando-lhes códigos de informação nem sempre fáceis, como foi o caso duma mulher num restaurante. Depois de ver a ementa, pediu uma sopa. O empregado serviu-a e afastou-se um pouco. Mas ela chamou-o logo: “Pode provar a sopa”? O rapaz perguntou se estava alguma coisa mal e ela insistiu: “Pode provar a sopa”? Então, imaginando que a sopa estivesse fria, ele pediu desculpa e disse-lhe que trazia uma sopa quente. Mas ela não desarmou: “Pode provar a sopa”? Já farto desta conversa, o rapaz questionou-a: “Se a sopa não está ruim, nem fria, qual é o problema? E ela continuou: “Pode provar a sopa”? Com tanta insistência da parte da cliente, ele sentou-se, puxou o prato para si e procurou a colher para a provar. Não havia colher. E então ela completou a informação: “Já viu qual é o meu problema com a sopa? A falta da colher. Sem ela, não consigo comê-la”!!!

Mas muitas vezes tiramos conclusões precipitadas antes de conhecer a informação completa e podemos arranjar uma confusão danada:  

“Num determinado país foi criado um programa de incentivo à natalidade, pois o número de habitantes estava a cair muito e a proporção de idosos crescia assustadoramente. Necessitando de mão-de-obra, o governo decretou uma lei que obrigava os casais a ter

um certo número de filhos. A lei dava também a tolerância de cinco anos após o casamento, ao fim dos quais o casal deveria ter pelo menos um pimpolho. Aos casais que nesse prazo não tivessem um único filho, o governo destacaria um agente auxiliar para que a criança fosse gerada. Neste cenário deu-se o seguinte diálogo entre um casal:                                                                                                                   

“Ela disse-lhe: – Querido, completamos hoje cinco anos de casamento. E ele: – É … querida e … infelizmente não tivemos um filho sequer. E a mulher continuou: – Será que eles vão mandar o tal agente? Mas ele respondeu: – Não sei … talvez mandem! Nervosa, ela insistiu: – E se ele vier? Ouviu-o num desabafo: -Bom, eu não posso fazer nada. Ao que ela adiantou: – E eu, menos ainda … Já à porta, ele disse: – Tenho de sair pois estou atrasado para o trabalho.

Logo após a saída do marido, bateram à porta: TOC, TOC, TOC!!!! A mulher abriu e encontrou um homem com boa aparência à espera

(Tratava-se de um fotógrafo que saíra para atender a chamada de uma família que queria fotografar a sua criança recém-nascida, mas que, por erro, se enganara no endereço). E aconteceu esta conversa:

HOMEM: Muito bom dia! Não sei se sabe, mas eu sou…

MULHER: Ah, já sei! Faça o favor de entrar.

HOMEM: Obrigado. O seu marido está em casa?

MULHER: Não. Já foi trabalhar.

HOMEM: Presumo que esteja a par da minha vinda aqui?!…

MULHER: Sim e o meu marido também sabe de tudo. E eu concordo.

HOMEM: Ótimo. Então, vamos começar.

MULHER: Mas já? Tão rápido!!!

HOMEM: Preciso de me despachar, pois hoje ainda tenho de visitar mais 16 casas.

MULHER: Minha nossa! E o senhor aguenta?

HOMEM: O segredo é gostar do meu trabalho. Dá-me muito prazer!

MULHER: Então, vamos lá começar. Como faremos e onde prefere?

HOMEM: Permita-me sugerir: – Uma no quarto, duas no tapete, duas no sofá e, uma em pé ao lado da mesinha do telefone.

MULHER: Puxa, serão necessárias assim tantas?

HOMEM: Bem, talvez possamos acertar na mosca logo à primeira tentativa.

MULHER: O senhor já visitou alguma casa neste bairro?

HOMEM: – Não, mas tenho comigo várias amostras do meu trabalho e… (mostrou algumas fotos de crianças). – Não são lindas??

MULHER: Como são belos os bebés! Foi o senhor mesmo quem fez?

HOMEM: Sim. Veja esta. Foi conseguida à porta do supermercado.

MULHER: Que horror! O senhor não acha que é muito público?

HOMEM: Sim, mas a mãe queria ter uma grande publicidade.

MULHER: Eu não teria coragem para isso!!!

HOMEM: Já esta aqui foi efetuada em cima de um autocarro.

MULHER: Cacilda. Minha nossa!!! De um autocarro?

HOMEM: Foi um dos serviços mais difíceis que eu fiz na vida.

MULHER: Claro, eu imagino!!!

HOMEM: Esta foi feita no inverno, num Parque de Diversões.

MULHER: Credo! Como foi que o senhor conseguiu? Não sentiu frio?

HOMEM:  Não foi fácil! Como se não bastasse a neve a cair, tinha uma enorme multidão à volta. Quase não consegui acabar …

MULHER: Oh, não. Eu sou discreta e não quero ninguém a olhar-nos.

HOMEM: Ótimo, eu também prefiro assim. Agora, se me der licença, preciso armar o tripé. 

MULHER: TRIPÉ?!!!

HOMEM: Sim, minha senhora, pois o negócio, além de pesado, depois de armado mede quase um metro.

E a Mulher …  desmaiou.

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