Os homens já não engravidam como dantes …

Não tenham dúvidas e nem sequer fiquem chocados quando digo que “os homens já não engravidam como dantes” … Não estejam, pois é uma verdade comprovada, não por mim que sou um leigo na matéria, mas por reputados especialistas de diversos países. Todos eles são unânimes ao afirmarem que os homens têm vindo a perder, pouco a pouco, a capacidade de engravidar, tendo esse potencial caído para níveis preocupantes no mundo ocidental por razões que estão muito bem identificadas. (Faço aqui parênteses para clarificar aquilo que pode ser um mal-entendido pois, ao mostrar o rascunho do artigo a uma pessoa amiga, mal leu o título e o primeiro parágrafo, disparou logo: “Mas quando é que houve homens grávidos”? Tive de lhe dizer que o título ficou incompleto intencionalmente, pois falta-lhe a parte final: “Os homens já não engravidam como dantes … as mulheres”).

Presumo estarem a pensar que iria defender uma teoria mirabolante de que outrora havia muitos homens “grávidos” e que agora seriam casos raros. Ora não é o caso até porque, quando era adolescente, já corria o boato ou mito que o primeiro homem a ficar “grávido” iria ganhar “mil contos” por ser caso único – só não se dizia nem sabia quem pagaria tal importância ao primeiro “homem-mãe”. 

Mas voltando à questão, os especialistas dizem que há necessidade urgente de enfrentar o problema da quebra de fertilidade masculina e de se questionar a prática, cada vez mais comum, de submeter as mulheres a tratamentos caros e invasivos para tentar contornar a eventual falta de espermatozoides do homem. É um problema que nem sempre é fácil de encarar, dentro (e fora) de casa. É que, para o homem, descobrir que não é fértil pode ser uma revelação arrasadora ao fazer sentir a sua masculinidade abalada. Temos de concordar que há falta de sensibilização junto da população masculina para serem educados sobre a sua saúde reprodutiva, pois podem, por equívoco, considerá-la como um dado adquirido. E, homem com problema de fertilidade, é tabu, algo que fica encoberto pois põe em causa a sua virilidade. E é muito difícil para ele conseguir aceitar que não é capaz de dar um filho à sua esposa, isto é, engravidar … a mulher, mesmo nos tempos que correm, quanto mais quando o lema era “homem que é homem, é macho”. Estava fora de questão que a culpa de não terem filhos fosse dele. Era só o que faltava!!! Ainda hoje, quando o médico diz a um homem “você não está a produzir espermatozoides e não pode ter filhos”, é um choque brutal que pode até pôr em causa a relação.  

Nos Estados Unidos considera-se que um casal não é fértil depois de andar um ano a tentar sem uso de nenhum método anticoncecional e não conseguir engravidar. Estimam eles que, no país, 30% dos casos de infertilidade são apenas por fatores relacionados com o homem, outros 30% com fatores da mulher e os restantes dos dois. No mundo ocidental a qualidade e quantidade do esperma masculino estão num crescente declínio e pouco se sabe como melhorá-las.

Mas, afinal, quais são as causas principais desta considerável quebra tanto na qualidade como na quantidade do sémen humano sobretudo no ocidente, razão para os especialistas dizerem que, se não houver uma mudança nos hábitos, não entraremos em extinção, mas teremos cada vez mais “homens a não engravidar … as suas mulheres”? Todas as doenças sexualmente transmissíveis, o peso excessivo, a radiação celular provocada pelo contacto diário do telemóvel no bolso, alguns produtos químicos que se usam no dia a dia como detergentes, sabão e tantos outros, o consumo de umas quantas drogas como a cocaína, heroína e maconha, os efeitos maléficos do cigarro, do álcool ou ainda uma ou outra pancada mais violenta nos genitais, são fatores de peso responsáveis pela considerável diminuição dos espermatozoides no sémen, em número e qualidade.

No entanto, há mais, algo que nunca me passaria pela cabeça. Hoje, sabe-se que os órgãos produtores de espermatozoides necessitam de estar 3 a 4 graus centígrados abaixo da temperatura do corpo. Ora, enquanto o corpo se encontra a 36 graus numa situação normal, os testículos deverão manter-se nos 32. Assim, usar cuecas justas por razões de moda, sejam elas do tipo slip, boxer, sunga, samba canção ou outra ou permanecer longos períodos sentado, faz com que a temperatura dessa zona seja mais alta do que o recomendável, fazendo com que a produção dos espermatozoides seja afetada de forma irreversível. Ao que parece, sábios ou fruto das circunstâncias, eram os homens na minha infância e de antes, porque usavam cuecas largas de popelina, que permitiam um extraordinário arejamento da zona genital com o abaixamento da temperatura nas duas “unidades fabris”, permitindo que elas cumprissem a sua função de produzir espermatozoides, em quantidade e qualidade. Nos dias de hoje, este problema pode ser uma oportunidade de negócio para a indústria, se conseguir criar um “equipamento de climatização” capaz de conciliar a temperatura ideal para as duas “unidades fabris” com as exigências da moda no que diz respeito à sensualidade do visual das cuecas “justinhas”.

Será bom lembrar que, quando um casal tenta ter filhos e a “cegonha” não vem, ano após ano, chegou a altura de ouvir um especialista. E não existe culpa de ninguém quando o assunto é fertilidade. Se antes as atenções se viravam logo para a esposa, hoje a procura das causas centra-se no casal, pois cada vez mais o homem é afetado por várias condicionantes que o impedem de engravidar a sua mulher. Seria errado e injusto submeter a mulher a exames e tratamentos inúteis caso o problema esteja do lado do homem.

Claro que existem outros problemas a começar pelo adiamento para cada vez mais tarde da encomenda do serviço à “cegonha”, mas não vou aqui levar o assunto à exaustão, nem tenho pretensões para tal. E em jeito de remate, deixo o alerta aos homens que queiram ir para lá da “diversão” e passar à “fase reprodutiva”: Tenham atenção especial à temperatura do saco onde têm guardadas as “joias da família“. Não se esqueçam que deve ser bem arejado permanentemente – e não se pede para as pendurar à vista de todos – evitando roupa demasiado justa imposta pela moda. Caso contrário, podem correr o risco de ir parar à lista dos “homens que já não engravidam como dantes … as suas mulheres”!!!      

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