Já deu uma vista de olhos ao rol de 36 perguntas que pode vir a ter de responder se quer conseguir alguma coisa da vida? Se é daqueles que ainda não se deu ao trabalho de as estudar bem para um dia destes ter as respostas na “ponta da língua” e as poder passar à “ponta da caneta”, acorde e “meta mãos à obra” que não é assim tão pesada. Há coisas muito piores e que valem bem menos do que o prémio que pode esperar no final como resultado disso. É que, se for apanhado de surpresa, pode atrapalhar-se, dar a resposta menos conveniente, “meter as mãos pelos pés”, ser mal interpretado, estragar o que pode vir a ser uma vida de sonho e a sua felicidade. Sim, porque a sua felicidade pode estar ao virar da esquina. Mas tem de fazer a parte que lhe toca pois é coisa que os outros não poderão fazer por si. A duração sugerida é de dois a quatro minutos, mas o autor da lista pôs alguma ênfase na sua recomendação: “Dois só é suficiente para ficar apavorado e quatro dá realmente algum resultado”. Mas, se ainda não conhece as perguntas que o poderão fazer feliz e que a imprensa não revelou em pormenor, eu vou revelar-lhas em primeira mão. Anote: “1 – Se pudesse escolher qualquer pessoa do mundo, quem iria querer como convidado para um jantar?
2 – Gostaria de ser famoso? De que forma?
3 – Antes de fazer um telefonema, costuma ensaiar o que vai dizer? Porquê?
4 – O que constitui um dia “perfeito” para si?
5 – Quando foi a última vez que cantou sozinho? E para outra pessoa”?
Chegado aqui, tenho de parar. Está confuso, pois não era este tipo de perguntas que estava à espera? Mas então, estava à espera de quê? De conhecer as 36 perguntas que o primeiro-ministro e o governo arranjaram para “caçar” alguns futuros governantes, sem mácula e sem “esqueletos no armário”? Nada disso, pois esta é a lista das 36 perguntas do questionário resultado de uma experiência científica do psicólogo Arthur Aron e é um verdadeiro teste à intimidade de um casal ou de duas pessoas que estão interessadas em poder sê-lo, mas que não têm a certeza do sentimento que as une.
Mas se estava a pensar nas “tais perguntas” para se ir preparando no caso de um dia vir a ser convidado a ser governante, ou antes disso, para ver se passa no “teste de honestidade” enquanto candidato a tal, para não correr o risco de entrar pela “porta principal” e ter de sair logo de seguida pela “porta das traseiras” como aconteceu as “uns quantos” nos últimos tempos, eu até lhe poderia disponibilizar todo o rol de perguntas, da primeira à última, mas não me parece boa ideia e digo-lhe porquê: Este inquérito de 36 perguntas, mais do que evitar candidatos sem condições para exercer cargos de governo da coisa pública, só vai afugentar muitos candidatos válidos, pessoas de bem com prestígio e mérito, que não vão querer ver a sua vida, nem a das pessoas que lhe estão próximas, devassadas nem esparramadas em grandes parangonas nos jornais e televisões nacionais.
Claro que vai sempre haver candidatos disponíveis para esses lugares do poder, aqueles que andam na vida para o ser: os “carreiristas” dos aparelhos partidários, sem mérito ou talento, se é que isso possa ser alguma mais-valia para o lugar. E então vamos continuar a queixar-nos da má qualidade de quem nos governa …
Mas para lhe satisfazer a curiosidade dessa lista e o submeter a uma pequeníssima amostra, o que pensa se eu o convidar para jantar, mas condicionar o haver jantar ou não àquilo que responder a uma única pergunta das tais (e já nem falo de todas as 36 do inquérito)? Aí vai: “Está insolvente (falido)”? Como resposta e em bom português, era capaz de sentir-se ofendido e me mandar “àquela parte” …
A título de curiosidade e para percebermos as diferenças de postura, nos Estados Unidos, aqueles que têm objetivos políticos e pretendam vir a ocupar qualquer lugar de governação, antes de irem à “luta” e poderem ser eleitos ou escolhidos, mandam fazer uma investigação rigorosa a si próprios, onde a sua vida é espiolhada de alto a baixo na intenção de não deixar nada a descoberto, desde as relações com a família, amigos e institucionais, se descobrem todas as fragilidades da vida pública do candidato como da vida privada, ao ponto de se saber com quem se dá, que tipo de sites vê na internet, se vê pornografia, traiu a mulher ou foi traído, etc., etc.. Ali não ficam à espera que seja o seu partido ou governo a colocá-los perante um questionário de 36 perguntas com a obrigação de o preencher, para além de atestarem da sua veracidade.
Mas deixemos as 36 perguntas da política e voltemos às 36 perguntas que podem fazer as pessoas se apaixonarem. Este questionário viria a ganhar popularidade em 2015 depois da cronista de um conceituado jornal americano ter recuperado a experiência e posto em prática no encontro com um antigo colega da faculdade. Depois de 36 perguntas fizeram 4 minutos de silêncio a olharem-se nos olhos e o resulto foi: Apaixonaram-se.
Por isso, se a sua preocupação não é o poder ou não vir a ser membro do governo, mas de perceber se a sua relação com alguém tem futuro, arrisque fazer a experiência de Arthur Aron que encontra com muita facilidade na internet. Quando muito, será divertido, mas pode valer a pena e até abrir-lhe a porta da felicidade. Porque não?