A corrida para escolher o… pasteleiro

É caso para dizer “estes ingleses são doidos”, mas foi verdade. Um grupo de súbditos de sua majestade realizou uma corrida de cães tendo como único objetivo encontrar o nome e sexo do futuro príncipe de Inglaterra muito antes de nascer. É caso para perguntar como é que uma corrida de cães podia “adivinhar” tais coisas relativas ao filho do príncipe William e de Kate Middeleton? A corrida foi organizada por uma conceituada casa de apostas e pôs a competir dez cães de uma simpática raça local, cinco machos e cinco fêmeas, tenda cada um no dorsal um nome.

O sexo do animal vencedor determinaria o do futuro príncipe e o nome deste seria o constante no dorsal. Só na última curva e já próximo da meta é que a cadela que carregava às costas o nome Alexandra deu um vigoroso sprint e atravessou a linha final antes dos outros. Para os “crédulos” na veracidade destas coisas, o próximo habitante da casa real inglesa seria uma princesa, de seu nome Alexandra.

Claro que, no fundo, no fundo, o verdadeiro interesse desta corrida era financeiro sendo a casa de apostas a parte mais interessada, pois arrecadou uma boa percentagem do rendimento da competição. Não sei se alguém chegou a ficar convencido com o resultado mas, como costuma existir gente que acredita em tudo…

Ora, hoje mesmo soube que Kate Middeleton deu à luz uma princesa e que se vai chamar Carlota Diana, meses depois da tal corrida se ter realizado, “cumprindo-se” em cinquenta por cento o resultado da competição. Só falhou o nome, coisa tão pouca…

Sendo que a corrida de cães “acertou” no sexo da recém nascida, pus-me a pensar: Será que este tipo de corridas não poderá vir a ser usado para fazer certas escolhas? Aliás, até podiam ser introduzidos alguns “melhoramentos” com vantagens, como substituir os cães por outros animais. Se fossem morcegos, é provável que acertassem em cheio, pelo “radar”. No caso de serem vacas, as hipóteses também seriam boas se contarmos que têm cá uma dose de “leiteira”… Ah, até podiam ser perus porque, depois de bêbedos, vão sempre parar… à mesa de Natal.

Lembrei-me da corrida de cães (e dos seus resultados) a propósito de outra corrida que ainda não começou (e está longe de começar) mas que já começou sem começar. Vamos lá ver se me entendo a mim mesmo e se me faço entender: Dizem para aí que lá para o final do próximo ano vai-se realizar uma corrida aos “pastéis… de Belém”. Mas, a verdade é que ainda não há “pastéis”, ainda não há farinha nem açúcar nem nada dos outros ingredientes para obter a “massa” necessária, ainda não há “tacho” disponível nem “cozinha” livre, não há “gás” para alimentar a “chama” nem chama para aquecer as “partes baixas do tacho” mas já temos “corredores” na “pista”. É que isto de correr atrás dos “pastéis de Belém” ainda é mais estranho do que as corridas de cães para descobrir o “sexo dos anjos”, digo, dos príncipes… É que nunca se sabe bem qual o objetivo real do “corredor”…

Dizem que a corrida é livre (e livre-nos Deus, Nosso Senhor…) e nela pode entrar qualquer tipo de “animal”, gordo ou magro, alto ou baixo, feio ou bonito, “burro” ou “esperto” (os “espertos” já nos custaram um “dinheirão”), cabeludo ou careca. Certo é que a maioria são “pernetas”, isto é, reformados (ou reformulados) como eu. Rezam as crónicas que é indiferente quem ganha pois o vencedor será uma espécie de rei sem reino, um arranjo floral sobre uma mesa de comida – decorativo mas… sem utilidade. No entanto, apesar do salário ser “miserável” e só dar para viver ligeiramente acima do limiar de pobreza (nas palavras do atual “sacrificado”), torna-se um lugar muito cobiçado pelos amantes de viajar “à borla” porque, como prémio, dá direito a um enorme livro de cupões de viagens com destinos à escolha. De tal maneira grande que se diz “Deus está em toda a parte mas M… (um dos que já ocupou a “pastelaria” de Belém) já lá esteve”.

Como dizia, já há corredores na “pista” a tentarem ganhar “posição” para quando soar o tiro de partida – daqui por um ano e tal… Se são novos, quando chegar o dia da partida já terão cabelos brancos… Alguns são uma espécie de “verbos de encher” (mais ou menos como as “lebres” nos encontros internacionais de atletismo, que só servem para “puxar” pelos outros), mas aproveitam bem o “tempo de antena” que as televisões lhes dão, para vender “banha da cobra” e comprar “imagem” gratuita, sempre interessante para futuros negócios. Outros, estão à espera de “um bom partido”, sempre importante para dar o “empurrão” ou levá-los “ao colo” mas, os partidos estão todos partidos porque não têm um “ás de trunfo”. Será que temos “pachorra” suficiente para ouvir falar desta “corrida aos pastéis… de Belém” durante tanto tempo?

Cá por mim, deveríamos prescindir dos votos para escolher o “pasteleiro”. Seria mais económico e conseguia-se obter o mesmo resultado através de uma corrida… de burros. As vantagens eram mais que muitas: Era mais rápida, a poluição sonora resumia-se a uns quantos “zurros” durante a corrida (ao contrários dos muitos que são dados nas campanhas eleitorais…), os “burros” não apareciam pendurados em cartazes pelo país fora com os “dentes à mostra”, poupava-se papel, tinta, tempo de antena, “conversa fiada” e “massa”, muita “massa”. E de uma coisa podíamos ter a certeza: O vencedor daria sempre o coice para o lado contrário de onde recebesse apoio. Se as “palmas” viessem da direita, daria o coice para a esquerda mas, se os apoiantes estivessem do lado esquerdo, está bom de ver para onde ia a patada… Afinal, nada a que a gente já não esteja habituada…

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